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Instituto Butantan começa produção da Butanvac

Publicado por Giro Conti em 29/04/2021 às 11:09

 

Por Marina Pinhoni, Patrícia Figueiredo e Rodrigo Rodrigues, G1 SP

O Instituto Butantan anunciou o início da produção da Butanvac, nova candidata a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo instituto. De acordo com o governo de São Paulo, o primeiro lote de produção será de 1 milhão de doses e não vai depender de matéria-prima importada.

"A novidade de hoje é uma notícia significativa para a ciência brasileira e, por que não, mundial: São Paulo começa hoje a produzir a vacina Butanvac", disse o governador João Doria (PSDB) em coletiva de imprensa.

Na sexta-feira (26), o Butantan protocolou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido para iniciar os teste clínicos em humanos de fase 1 e 2 do imunizante. Nesta terça (27), a agência solicitou informações adicionais para avaliar se libera a realização do estudo. Até o momento, a vacina foi testada apenas em animais.

O Instituto Butantan tem o prazo de até 120 dias para apresentar as informações solicitadas pela agência. Até o Butantan responder, o prazo de análise da Anvisa fica interrompido.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que as respostas já estão sendo preparadas pelo instituto. Disse ainda que as perguntas se referem mais à produção do que ao estudo clínico, e já poderiam ter sido feitas em março.

"O processo original foi submetido dia 26 de março. Muitas das questões que vieram são relativas ao processo de fabricação, e não ao estudo clínico, portanto já poderiam ter sido solicitadas. É isso que nós queremos da Anvisa: agilidade. Que a Anvisa faça as perguntas que ela tem que fazer no menor prazo possível. Estamos prontos a responder qualquer questionamento da forma mais rápida possível", disse.

Doria declarou que o instituto pretende produzir 18 millhões de doses da vacina até a primeira quinzena de junho, mas que a aplicação do imunizante depende da aprovação da Anvisa.

"O Butantan, nesta primeira etapa, vai produzir 18 milhões da dose da vacina pronta para o uso já na primeira quinzena de junho, quando o processo de aprovação da Anvisa for concluído. Evidentemente vamos aguardar a aprovação da Anvisa, mas poderemos aplicar imediatamente a vacina Butanvac em todo o Brasil", disse o governador.

Autorização para testes
O pedido de autorização do Butantan foi feito em 26 de março, e o protocolo de estudo clínico, em 23 de abril. De acordo com a agência, tanto o pedido quanto o protocolo do estudo clínico estavam incompletos e, por isso, não atendiam aos requisitos técnicos para a liberação de testes da vacina em seres humanos.

O pedido de autorização se refere às fases 1 e 2 de testes da vacina, nas quais serão avaliadas segurança e capacidade de promover resposta imune com 1.800 voluntários. Na fase 3, até 9 mil pessoas irão participar, e a etapa vai estipular a eficácia. O objetivo é encerrar os testes e ter 40 milhões de doses da vacina prontas antes do final de 2021.

Caso seja aprovado e, depois, seja comprovada sua eficácia, a Butanvac será a primeira vacina contra a Covid-19 produzida no país sem que seja necessária a importação de matéria-prima (IFA).

Segundo o instituto, a Butanvac faz parte de uma segunda geração de vacinas contra a Covid-19, e leva em conta as variantes, como da P1, que é brasileira. A tecnologia usada é a mesma da vacina contra a gripe.

Documentação em falta
De acordo com a Anvisa, tanto o pedido de autorização do Butantan quanto o protocolo do estudo clínico ainda estão incompletos e não atendem aos requisitos técnicos para autorizar pesquisas clínicas de vacinas em seres humanos.

Entre os documentos que faltam estão:

- Relatório técnico contendo dados e informações sobre a substância ativa, adjuvantes, interação ativo + adjuvante e produto terminado;
- Relatório completo com as informações detalhadas sobre fabricantes, etapas de produção, definição de lotes, controle de qualidade, estabilidade, lotes utilizados até o momento e lotes a serem utilizados no estudo clínico;
- Dados e informações sobre o processo produtivo da vacina;
- Dados e Informações sobre o controle de qualidade da vacina;
- Avaliação de risco de geração de doença autoimune e necessidade de avaliar a geração de anticorpos anti - DNA por conta de um dos adjuvantes utilizados na vacina;
- Esclarecimento se os estudos com animais foram realizados com a mesma formulação que está sendo proposta para teste em seres humanos. Em caso negativo, apresentação de dados de comparabilidade físico-química entre as formulações da vacina;
- Esclarecimento sobre o Protocolo Clínico e critérios para escolha de doses e inclusão dos voluntários;
- Apresentação de objetivos primários de imunogenicidade e de segurança;
- Cálculo do tamanho da amostra e métodos estatísticos utilizados.

 

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