Mato Grosso é o quarto estado com maior número de casos de covid-19 entre indígenas, e o segundo maior em número de mortes, ficando apenas atrás do estado do Amazonas. Segundo levantamento divulgado nessa quarta-feira (10) pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o estado só fica atrás do Amazonas, Pará e Roraima – na questão de casos e óbitos. Os dados apresentados foram levantados até o dia 8 de fevereiro.
No Brasil mais de 48 mil indígenas contrairam a doença e 959 perderam a vida em decorrência do novo coronavírus.
Em Mato Grosso, a associação informou que há 218 casos suspeitos, 4.525 confirmados e 150 indígenas mortos pela Covid-19.
Lideram no país, em casos, o Amazonas (8,5 mil), Pará (6,3 mil) e Roraima (5,3 mil). Em mortes, o ranking fica com o Amazonas (252), Mato Grosso (150) e Pará (102).
A 150 mortes em Mato Grosso ocorreram em 18 povos indígenas: bororo, cinta larga, chiquitano, nafukua, kayapó, karajá, kalapalo, kayaby, kamayurá, kurâ, umutina-balatiponé, xavante, zoro, yawalapiti e outros não identificados.
Do total, 79 são indígenas da etnia xavante.
Algumas das perdas indígenas em Mato Grosso eram caciques, considerados lideranças dos povos no estado e guardiões da cultura das aldeias.
Foi o caso do cacique Aritana Yawalapiti, de 71 anos, uma das maiores lideranças do Alto Xingu, que teve o corpo enterrado na aldeia Yawalapiti após morrer em agosto de 2020 por Covid-19.
Aritana Yawalapiti assumiu a liderança do Alto Xingu por volta 1980. Participou da criação do Parque Nacional do Xingu na década de 1960. Ele era um dos últimos falantes do idioma tradicional de seu povo.
Foi um grande defensor da luta pela preservação da cultura, do território, dos direitos dos indígenas e deixa um legado de resistência para os indígenas de todo país.
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