Nesse último semestre, o Brasil desativou cerca de um terço dos leitos de UTI criados no SUS para tratamento exclusivo dos casos de Covid-19. Em julho, quando houve o pico de mortes e casos, havia 10.228 leitos na rede pública. Atualmente são 6.941, queda de 32%, ainda que o número de casos esteja aumentando.
As regiões mais prejudicadas foram o Norte e Nordeste, além do Estado do Rio de Janeiro.
Os dados são do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde.
Os números mostram que mesmo com o aumento de casos e mortes pelo novo coronavírus, as condições do sistema público para atender casos graves são piores que há cinco meses.
O Estado que mais perdeu UTI's de covid foi o Pará, onde foram fechadas 82% das vagas. Em seguida vem o Rio de Janeiro, onde dos 739 leitos habilitados em julho, apenas 130 ainda estão em operação. As 609 vagas fechadas seriam suficientes para cobrir os 259 pacientes que, segundo a Secretária de Saúde do RJ, esperam por tratamento avançado no Estado.
O Espírito Santo, Estado vizinho do Rio de Janeiro cujo a população é duas vezes menor, tem hoje mais que o dobro de UTIs para covid-19: 281 leitos.
A desativação desses leitos vem ocorrendo sistematicamente desde julho, mas se intensificou em outubro, justamente quando o contágio voltou a subir.
A tendência geral de cortes se inverteu apenas este mês, após o Ministério da Saúde publicar portaria autorizando a abertura de novas vagas de UTI exclusivas à covid – sinal de que não estamos no “finalzinho” da pandemia. Nos últimos seis dias, 1.954 novos leitos foram reabertos, segundo o cadastro do ministério.
Segundo o Ministério da Saúde, as UTIs exclusivas para covid têm duração de 90 dias, prorrogáveis por períodos de 30 dias, a depender dos pedidos de gestores locais. A pasta informa que a habilitação de novos leitos leva em consideração fatores como a curva de contágio e a taxa de ocupação. O ministério também informou que foram habilitados 114 novos leitos para a cidade do Rio na sexta-feira (11). A pasta disse ainda que gastou R$ 2,9 bilhões com a abertura de 16.248 leitos ao longo de toda a pandemia.
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