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Hanseníase: as causas, sintomas e tratamentos da doença de pele

Publicado por Foto: Reprodução em 28/01/2019 às 09:48

Manchas vermelhas, rosas ou brancas e alteração na sensibilidade da pele: essas são algumas características da hanseníase, uma das principais doenças dermatológicas do Brasil. O país ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos da enfermidade, ficando atrás apenas da Índia.

"A hanseníase é uma doença negligenciada, ou seja, que atinge populações com o menor IDH do planeta", informa Sandra Durães, coordenadora do departamento e de campanha da hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Dados de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que foram 210.671 registros de hanseníase em 150 países, principalmente os subdesenvolvidos. No Brasil, foram 26.875 casos novos naquele ano, o que representa cerca de 13 pessoas infectadas a cada 100 mil.

O que é a hanseníase?

Doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Até a década de 1970, era chamada simplesmente de lepra no país. Devido ao estigma que o problema carregava, a nomenclatura foi alterada. 

A hanseníase é considerada uma das enfermidades mais antigas da humanidade, e por muitos anos não havia tratamento adequado, o que levava o isolamento dos pacientes e preconceito pela falta de informações. Contudo, hoje a doença tem tratamento e cura. 

Quais os sintomas? 



Na pele são as manchas avermelhadas, rosadas ou esbranquiçadas, caroços e ressecamento. A bactéria M. leprae ainda tem afinidade pelos nervos periféricos, atingindo-os e causando danos ao tato do paciente, dificultando sentir calor, frio e dor. 

A enfermidade não é mortal, mas é potencialmente incapacitante. "Quem fica com sensibilidade nas mãos ou pés, por exemplo, não vai sentir uma panela quente ou uma pedrinha no sapato. E isso leva a machucados, feridas e úlceras, que podem causar infecções no tecido mole e até mutilações", diz Durães. Caso a pessoa fique com sequelas, é preciso fazer fisioterapia. 

Em 2017, dos quase 27 mil casos registrados de hanseníase no Brasil, 7% dos pacientes acabaram ficando com grau 2 de incapacidade – o mais grave da medida da evolução da lesão neural. O grau zero representa nenhuma alteração, enquanto o grau 1 indica sensibilidade nos olhos, mãos e pés. 

Outros sintomas da doença são irritação na córnea, ardência nos olhos, diminuição da força muscular, inchaço, formigamento, sensação de choque e nariz entupido. 

Como é a transmissão? 

Ocorre, principalmente, pelo contato com pessoas já infectadas e que ficam resfriadas, por exemplo. Espirros e outras secreções humanas podem soltar a bactéria no ar, que será inspirada por alguém ainda não infectado. 

E o tratamento? 

Os pacientes são divididos em dois grupos: o de menor carga bacilar e maior carga. "Quem tem carga menor é tratado por três meses com dois antibióticos, e quem apresenta a maior é tratado durante 12 meses, com três antibióticos", esclarece Durães.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito, sendo que as pessoas podem se cuidar em casa, com supervisão periódica nas unidades de saúde. Quanto mais rápido o início dos cuidados, menores são as chances de incapacidades físicas e transmissão da bactéria. 

Segundo a médica, o tratamento mata a M. leprae, impedindo que a doença continue a se espalhar. "No entanto, o dano neural que o paciente já teve é irreversível", explica. "Por isso, é muito importante o diagnóstico precoce."

Há como evitar? 

Um dos problemas que dificulta o diagnóstico é o tempo de manifestação: depois de contrair a bactéria, a pessoa pode demorar de dois a sete anos para ter os sintomas clínicos. "Não existe nenhum teste para identificar a doença antes disso", fala Durães. "Em casos raros podem ser pedidos exames de apoio, como o teste de baciloscopias, para saber a carga de bacilos e bactérias que o paciente tem, e biópsias de pele ou nervo."

Proteção natural

De acordo com a médica, parte da população que entra em contato com a bactéria não vai adoecer. Isso porque a maioria das pessoas tem uma proteção natural contra o problema. "O risco é maior em conhecidos, familiares e residentes da mesma casa de alguém que está doente", alerta.

Controle

A vacina BCG, aplicada para prevenir a tuberculose, não evita a hanseníase, mas protege contra as formas mais graves da doença, pois a bactéria M. leprae é parente da Mycobacterium tuberculosis, que causa tuberculose. 

Segundo Durães, o mais importante é evitar transmissão. Os médicos são orientados a tratar imediatamente todos os casos registrados. Também é recomendável que os parentes do paciente sejam avaliados, para tentar detectar uma possível manifestação do problema. 

Janeiro Roxo 

Para conscientizar a população e tentar diminuir o número de casos no Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) criou a campanha "Janeiro Roxo". O último domingo do mês foi estabelecido como o Dia Nacional de Combate e Prevenção.

Se você mora (ou visitar) Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará, e Piauí, preste atenção: estes são os estados com maior número de casos no Brasil. Caso os sintomas apareçam, procure atendimento médico o mais rápido possível. 

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/01/hanseniase-causas-sintomas-e-tratamentos-da-doenca-de-pele.html

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