O governo da China avisou hoje ao Instituto Butantan que vai enviar no próximo dia 26 apenas 3.000 litros de insumos para a CoronaVac, o que é suficiente para produzir 5 milhões de doses do imunizante. A previsão anterior, comemorada pelo governador João Doria (PSDB) no Twitter, era de 4.000 litros —que gerariam 7 milhões de doses.
Ao todo, o contrato com a Sinovac prevê a liberação de 10 mil litros de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), o que permitiria produzir 18 milhões de aplicações.
A notícia de hoje frustrou os diretores do instituto, que tentam reverter a decisão e negociar com o governo chinês para que sejam enviados mais insumos.
O Ministério da Saúde já foi notificado. Além do atraso, a chegada de menos insumos deve desacelerar ainda mais a campanha de vacinação no Brasil nos meses de maio e junho. A CoronaVac é a vacina contra a covid-19 mais utilizada no país.
O primeiro prazo de entrega dos insumos anunciado pelo governo de São Paulo foi o dia 18 de maio. Mas, ainda na semana passada, o laboratório Sinovac Biotech, que desenvolve a vacina na China, notificou o Instituto Butantan de que o prazo não seria cumprido, segundo apuração do UOL, sem dar explicações.
Doria tem colocado a culpa desses atrasos nas críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à China. Bolsonaro já fez alusão de que a China estaria promovendo uma "guerra química" e se beneficiando economicamente da pandemia.
Já o Ministério das Relações Exteriores dá outra justificativa, dizendo que a demora é consequência da alta demanda de vacinas da China, e descarta retaliação diplomática ao Brasil.
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