O brasileiro Robson Oliveira, que está preso desde fevereiro de 2019 na Rússia, deve retornar até o segundo semestre desse ano ao Brasil. O Ministério Público russo decidiu não recorrer da sentença de três anos aplicada pela justiça local ao ex-motorista do jogador Fernando.
Como Robson Oliveira já cumpriu mais da metade da pena, seus advogados podem solicitar uma transferência para o Brasil. Todo o processo será tratado entre a diplomacia russa e o Itamaraty, com boas possibilidades do ex motorista cumprir o restante da pena em um presídio brasileiro.
Robson Oliveira, de 48 anos, é acusado de tráfico internacional de drogas por ter entrado no país, em fevereiro do ano passado, com duas caixas de remédios ( Mytedom 10mg ou cloridrato de metadona) comprados pela família do jogador de futebol Fernando, volante, ex-seleção brasileira e atualmente no Beijing Guoan. De acordo com todos os depoimentos à imprensa - inclusive da família do atleta - os medicamentos foram levados para o país em uma mala que foi entregue fechada a Robson por um funcionário da família, no embarque no Rio de Janeiro. O motorista não sabia que havia na bagagem este medicamento.
O jogador pouco fala publicamente sobre o caso, mas, em setembro de 2019, cerca de sete meses depois da prisão, Fernando se pronunciou ao "Globo Esporte" por meio de um vídeo enviado.
"Era para o meu sogro"
O verdadeiro dono dos remédios é William Pereira de Faria, sogro do jogador. Ele mora no Brasil e nunca prestou depoimento às autoridades. Seu advogado afirma que o depoimento não foi pedido enquanto ele estava na Rússia e que a justiça do país não aceita interrogatório à distância.
O motorista não sabia da proibição do remédio no país e acabou preso, em março do ano passado. Este remédio seria usado pelo sogro do atleta para amenizar dores na coluna e foi comprado com receita médica endereçada a ele, por um funcionário da família no Brasil.
As informações de que o remédio era de William e não de Robson foram confirmadas pelos advogados da família de Fernando e pelo próprio jogador, em diversas entrevistas ao Esporte Espetacular.
O verdadeiro dono do medicamento, no entanto, nunca prestou depoimento às autoridades russas, nem concedeu entrevista à imprensa. Nos únicos depoimentos prestados à polícia pela família do jogador, dados por Fernando e sua mulher Raphaela, eles afirmam que desconheciam a existência dos remédios e não confirmaram o relato do motorista, que narra que o medicamento fora colocado na mala sem o conhecimento dele.
- Falei desde o primeiro momento, quando eles foram parados no aeroporto, a gente imediatamente mandou o prontuário, receita, passaporte do meu sogro, tudo que fosse necessário para provar que o remédio era do meu sogro, porque realmente o remédio era do meu sogro. Em momento algum a gente escondeu qualquer coisa do tipo. Se não ficou claro, estou aqui abertamente falando: o remédio era para o meu sogro - disse o jogador.
Agradecimentos públicos
Mais de um ano depois, o jogador voltou a falar sobre o caso após a mobilização de jogadores, que pediram justiça no caso de Robson. Em outubro de 2020, o ex-Seleção Brasileira e Grêmio usou as redes sociais para agradecer a ajuda do Itamaraty e do presidente da República Jair Bolsonaro.
- Gostaria de agradecer ao presidente por ter entrado publicamente na luta do #JustiçaPorRobson. Sabemos da complexidade da situação, mas temos certeza de que sua ajuda será fundamental para que consigamos provar a inocência do Robson. Espero que a postura do presidente inspire as pessoas a não julgarem a mim e minha família de forma errada, sem conhecimento dos fatos como eles realmente são – escreveu o jogador.
Saída do país levantou suspeitas
Pouco tempo depois que Robson foi preso, Fernando e seus familiares se mudaram rapidamente para a China, onde o jogador deixou o Spartak Moscou e reforçou o Beijing. A negociação chegou a gerar dúvidas na Polícia russa em primeiro momento, que especulou que eles teriam fugido do país.
Rua San Salvador 173, Jardim das Américas, 78060-614 Cuiabá-MT Fone: (65) 3642-3947 [email protected] Rádio A Voz D'Oeste Limitada - CNPJ 03.461.407/0001-04
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
Redes Sociais