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Samarco retoma atividades em Mariana 5 anos após tragédia que matou 19 pessoas

Publicado por Redação em 28/12/2020 às 15:52

 

As atividades da mineradora Samarco foram retomadas em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, cinco anos depois do rompimento da Barragem de Fundão.

Segundo a prefeitura da cidade, até mesmo a extração de minério de ferro foi retomada — o que a Samarco nega. A licença para retorno das operações foi concedida em outubro do ano passado.

Em 5 de novembro de 2015, a tragédia matou 19 pessoas, poluiu o Rio Doce e destruiu os vilarejos Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira. Desde então, ninguém foi julgado, nenhuma casa foi entregue aos atingidos e a recuperação ambiental ainda não foi concluída.

"A Samarco voltou a funcionar, mas não resolveu os problemas que elas criaram. Milhares de famílias que não foram nem reconhecidas e nem cadastradas como atingidas. Em Mariana, temos o problema do reassentamento que não tem nem previsão", disse Letícia Oliveira, do Movimento dos Atingidos por Barragens.

O anúncio da retomada foi feito pelo prefeito da cidade, Duarte Júnior (Cidadania), em suas redes sociais, nesta sexta-feira (11).

“Recebi ontem, em meu gabinete, para uma reunião de trabalho, o presidente da Samarco, Rodrigo Alvarenga Vilela, e informo a todos vocês que a empresa retorna as suas atividades hoje. Não haverá cerimônia ou evento para marcar o momento, respeitando as normas e também todos os familiares e vítimas do rompimento da barragem”, disse ele.
Em seu comunicado, o prefeito disse que a volta das atividades da Samarco será "positiva" para a cidade:

"Nossa economia vem melhorando, dentro do possível, mas reconheço a importância da mineradora na geração de emprego neste momento e tenho a certeza que o reflexo deste retorno será positivo para milhares de famílias e, consequentemente, para toda cidade".

Na última quarta-feira (9), a Samarco havia dito que iria começar apenas o comissionamento integrado das operações, o que consiste no teste de equipamentos.

A mineradora também afirmou que as atividades iriam começar "nos próximos dias" no Complexo de Germano – onde ficava a Barragem de Fundão, que se rompeu. A operação de um dos seus três concentradores e da nova planta de filtragem de rejeitos também fazem parte da retomada, segundo a empresa.

A Samarco informou ainda que vai voltar a operar com 26% de sua capacidade, uma produção prevista de oito milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A previsão é que a empresa atinja a capacidade total em nove anos.

Procurada mais uma vez, nesta sexta-feira (11), a Samarco informou que o reinício das operações atualmente está "previsto para a segunda quinzena de dezembro quando se espera o começo da produção de pelotas de minério de ferro no Complexo de Ubu (ES), e após finalizados todos os testes dos equipamentos".

Quanto a matéria prima que será utilizada, a empresa disse que, neste primeiro momento, será usado minério que já estava estocado no Complexo de Germano. A mineradora ainda não informou quando a extração mineral será retomada, tampouco confirmou a informação da prefeitura, de que o reinício era agora.

Em nota, a Fundação Renova, criada pela Vale, BHP Billiton e Samarco para executar projetos de reparação de danos da tragédia, disse que permanece dedicada ao trabalho de reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. Segundo ela, até 30 de setembro de 2020 foram destinados R$ 10 bilhões para ações de recuperação.

"Os reassentamentos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo ganham forma nas primeiras casas sendo concluídas, nas ruas pavimentadas, bens coletivos em etapa final, vias iluminadas e obras de infraestrutura avançadas. As obras foram adaptadas ao cenário da COVID-19. Cerca de 470 famílias participam ativamente do processo. A questão do prazo está sendo tratada no âmbito de uma Ação Civil Pública, tendo sido o juízo devidamente informado sobre os impactos da Covid-19 no andamento das obras desses reassentamentos", disse a fundação.

Ainda segundo a fundação, a água do Rio Doce já pode ser consumida e serão reflorestados 40 mil hectares de Mata Atlântica na bacia.

A mineradora afirmou que "o reinício gradual acontece após a empresa obter licenças ambientais aprovadas por órgãos competentes e incorporar novas tecnologias para disposição final de rejeitos – cava confinada e sistema de filtragem de rejeitos para empilhamento a seco”.

Em outubro de 2019, o Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam) aprovou a concessão de uma licença que permite a Samarco voltar a operar em Mariana.

Após o rompimento, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do estado (Semad) havia suspendido, em agosto de 2016, todas as licenças relacionadas à operação da mineradora na cidade. A empresa ficou, apenas, com as autorizações para obras emergenciais para garantir a estabilidade das estruturas remanescentes na mina e também para controle do dano ambiental no local.

A licença corretiva, aprovada em 2019 pelo Copam, substitui 36 licenças anteriores e reúne 14 processos de licenciamento que estavam em aberto.

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